18 de julho de 2011

BOAS NOVAS AOS ANJOS PECADORES - II

Jony” comentou em “BOAS NOVAS AOS ANJOS PECADORES”:

Olá irmão! Que Deus possa te dar luz e esclarecimento a cada manhã.
Concordo com sua atitude de estudar a Palavra e pesquisar a forma como as coisas são explicadas na organização. Isso prova a você mesmo que não vive sob o controle do CG. Com relação a sua publicação, gostaria que analisasse esses dois textos e se possível encaixá-los no contexto apresentado:
2Pedro 2:4(Al)
"Porque se Deus não poupou a anjos quando pecaram, mas lançou-os no inferno, e os entregou aos abismos da escuridão, reservando-os para o juízo."

Jud 1:6-7: "aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia, assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se prostituído como aqueles anjos, e ido após outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno."

Que Deus te abençoe!

Segunda-feira, 11 Julho, 2011

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Ok, “Jony” – uma boa observação! Os textos são de altíssima relevância e complementares ao estudo pessoal “BOAS NOVAS AOS ANJOS PECADORES”!

   Atendendo ao pedido do irmão, portanto, analisei os textos e elaborei uma abrangente consideração a respeito deles e a disponibilizo aqui para o benefício, não só nosso, mas de todos os estudantes da Bíblia.

Uns 200 anjos estão presos
   Antes, porém, devo chamar a atenção para um aspecto interessante e também de considerável relevância! Que, originalmente, a Bíblia foi escrita em três principais línguas: hebraica, aramaica e grega. A partir delas as Escrituras foram traduzidas para milhares de línguas no decorrer desses dois últimos milênios. Algumas destas traduções, antes de chegar até nós, teve que passar por várias línguas – uma sendo traduzida da outra. Um processo que, como podemos deduzir, é passível de equívocos e até mesmo de erros, cometidos por tradutores, enquanto traduziam e retraduziam de tradutores que já haviam traduzido de outros tradutores. Há evidências, inclusive, de que algumas delas foram corrompidas propositalmente com o objetivo de propalar ensinos particulares de seus tradutores e de seus líderes religiosos.

   Há porém algumas que, usando um caminho mais curto – foram traduzidas diretamente das línguas maternas antes de chegar às nossas mãos – e, por isso, são dignas de maior confiança. São traduções que nos dão uma maior riqueza de detalhes e uma sensação de estarmos lendo diretamente dos originais.

   Esta consideração é importante devido ao fato de que o irmão usou a Tradução João Ferreira de Almeida (AL), ao citar os textos. Essa tradução, porém, apresenta exatamente os erros apontados aqui e, além disso, é de uma escrita tão arcaica que mal a entendemos. Por isso, dou preferência à Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas como fonte principal de meus Estudos. Ela foi traduzida diretamente dos originais para o inglês, e deste para o português. Percorreu, assim, um caminho mais curto até nós. Evidentemente, portanto, temos maior probabilidade de estarmos lendo a Mensagem de Deus, conforme Ele as transmitiu originalmente! Apresenta-se também como uma tradução de linguagem moderna e fiel. É “erudita e honesta”! w91 1/3 pág. 26.

   Assim, examinemos os textos indicados pelo irmão “Jony” através da TNM.

Os Textos
   “Certamente, se Deus não se refreou de punir os anjos que pecaram, mas, lançando-os no Tártaro, entregou-os a covas de profunda escuridão, reservando-os para o julgamento.” 2Pe. 2:4

   “E os anjos que não conservaram a sua posição original, mas abandonaram a sua própria moradia correta, ele reservou com laços sempiternos, em profunda escuridão, para o julgamento do grande dia. Assim também Sodoma e Gomorra, e as cidades em volta delas, as quais, da mesma maneira como os precedentes, tendo cometido fornicação de modo excessivo e tendo ido após a carne para uso desnatural, são postas diante de nós como exemplo de aviso por sofrerem a punição judicial do fogo eterno Ju. 1:6, 7

Consideração
   Os anjos que pecaram foram aqueles que, como mostrado em Gên. 6:2, “começaram a notar as filhas dos homens, que elas eram bem-parecidas; e foram tomar para si esposas, a saber, todas as que escolheram.” Estas “filhas dos homens” que “os filhos do verdadeiro Deus” (Anjos”, LXXA.) 'notaram', “escolheram” e 'tomaram' como esposas, eram as mulheres humanas, todas descendentes de Adão e Eva. Ao fazerem isso, estes Deuses cometeram um pecado “desnatural”, passível de punição. Jeová, ao saber dos fatos, decretou que estes filhos fossem punidos por serem 'lançados no Tártaro'. Jeová “entregou-os a covas de profunda escuridão”. E por quanto tempo ficariam presos ali? Até “o julgamento”, afirmaram Pedro e Judas.

   Obtenhamos respostas às seguintes perguntas básicas, relacionadas ao assunto: (1) quantos anjos pecaram e quais foram os pecados deles? (2) O que é o Tártaro (“inferno”, AL) e (3) o que significará um julgamento para esses anjos?

Quantos e quais foram os pecados dos anjos?
Azazyel ensinou coisas horríveis aos homens
   Embora o texto de Gênesis não diga quantos anjos pecaram, podemos deduzir claramente que foram muitos. Já se haviam passado mais de 1.500 anos desde Adão e Eva até aquele momento, quando os 'homens aumentaram em número na terra'. (Gên. 6:1) Só o profeta Enoque alistou números e até alguns nomes. Escreveu: “Todo seu número [dos anjos pecadores] era duzentos” (Eno. 7:7, 9). Um dos pecados que cometeram foi, obviamente, o de se relacionarem sexualmente com as humanas. Ao fazerem isso, estes “filhos dos céus . . . não conservaram a sua posição original, mas abandonaram a sua própria moradia correta . . . [e foram] após a carne para uso desnatural” Eno. 7:2; Ju. 1:6, 7.

   De acordo com Enoque havia um líder para estes 200 anjos que, de comum acordo, “se amarraram (ou uniram) por mútuo juramento para se corromperem com as mulheres. Seu nome era Samyaza. Há um outro detalhe muito importante a também ser levado em conta. Um outro líder angélico, de nome Azazyel, ao passo que se corrompia sexualmente com as mulheres, também ensinou aos homens todo tipo de iniquidades. Ensinou-lhes desde o uso de armamentos mortais a táticas infalíveis para assassinar. Enoque afirma que o resultado desses dois tipos de pecados foi que a impiedade foi aumentada, a fornicação multiplicada; e eles transgrediram e corromperam todos os seus caminhos. Leia Eno. 7:1 a 8:2.

   Daí, a profecia de Enoque nos revela que este líder angélico, Azazyel, que ensinou as táticas criminais de derramamentos de sangue, teve um destino diferente dos outros anjos após Jeová decretar a punição de todos. Ao passo que os demais anjos pecadores tiveram como destino o Tártaro, e que se mantivessem ali até a data do julgamento, destinou a este, a Azazyel, um tipo de punição diferente. Jeová comissionou um anjo fiel de nome Rafael para que este 'amarrasse a Azazyel, mãos e pés; lançando-o na escuridão; e que abrisse o deserto que está em Dudael, lançasse-o nele'. Detalhou: Arremessa sobre ele pedras agudas, cobrindo-o com escuridão; Lá ele permanecerá para sempre; cobre sua face, para que ele não possa ver a luz. E no grande dia do julgamento lança-o ao fogo”. E concluiu: “Toda a a terra tem se corrompido pelos efeitos dos ensinamentos de Azazyel. A ele, portanto, se atribui todo crime”.

   Talvez seja por isso que anualmente, Arão, o sacerdote, tinha de separar dois bodes expiatórios. Um deles devia ser sacrificado pelos pecados do povo em geral e o outro devia ser 'enviado ao ermo, para Azazel'. Este bode carregava os pecados do povo ao deserto onde Azazel (evidentemente o mesmo que o Azazyel registrado no livro de Enoque) havia sido enterrado. Num sentido simbólico, portanto, os pecados do povo eram 'atribuídos' àquele que seria o derradeiro culpado por eles, Azazyel. — Eno. 10:12; Lev. 16:5-10.

   Asazyel foi julgado como iníquo ali mesmo. Detido numa prisão diferenciada, aguarda só ser “lançado no lago de fogo” que significa a “segunda morte”, ou destruição eterna da existência. É lá que também será lançado um outro deus-líder Satanás, o Diabo e seus liderados, os demônios. Também ali serão lançados humanos e organizações iníquas inventadas por eles para objetivos ímpios. No dia do julgamento o Juiz designado por Jeová Deus não se enganará no julgamento. — Eno. 10:9; Is. 11:3-5; Re. 20:10-15.

O que é o Tártaro?
   Sobre o Tártaro, uma explicação parcialmente correta nos é dada na TNM com Referências, página 1515 (4D). Ali diz que “a palavra 'Tártaro' só é encontrada em 2Pe 2:4. Está incluída no verbo grego tar·ta··o, e, por isso, na [TNM] usou-se a frase 'lançando-os no Tártaro'.” Relata também que “na Ilíada, do antigo poeta Homero, a palavra tár·ta·ros denota uma prisão subterrânea tanto abaixo do Hades, como a terra está abaixo do céu. Os detidos nele não eram almas humanas, mas os Deuses . . . , espíritos, a saber, Cronos e os outros titãs que se haviam rebelado contra Zeus (Júpiter). Era a prisão estabelecida pelos Deuses . . . para os espíritos que haviam [pecado]. . . . Na mitologia, tár·ta·ros era a mais baixa das regiões inferiores e um lugar de escuridão. Envolvia todo o submundo, assim como os céus envolviam tudo o que havia por cima da terra. Portanto, na mitologia grega . . . , tár·ta·ros representava um lugar de confinamento . . ..

Anjos se corromperam sexualmente com as mulheres
"Em Jó 40:20, na LXX, lemos a respeito do beemote: 'E depois de subir a um monte íngreme, deu alegria às criaturas quadrúpedes na profundeza [ἐν τῷ ταρτάρῳ (“no tártaro”)].' Em Jó 41:31, 32 (41:23, 24, LXX) lemos a respeito do leviatã: 'Ele faz a profundeza ferver como um caldeirão de latão; e considera o mar como pote de unguento, e a parte mais baixa da profundeza [τὸν δὲ τάρταρον τῆς ἀβύσσου (“o tártaro do abismo”)] como cativa: ele encara a profundeza como seu território.' O uso de tár·ta·ros nestes versículos, na LXX, torna claro que esta palavra foi usada para indicar um lugar inferior, sim, a 'parte mais baixa' do abismo.
"As Escrituras Sagradas não consignam nenhuma alma humana ao tár·ta·ros, mas consignam ali apenas criaturas espirituais, a saber, 'os anjos que pecaram'. . . ." — 2Pe 2:4.

   O “Tártaro” é o mesmo que “Inferno”? Não. “Tár·ta·ros” é diferente do termo hebraico Seol (she’óhl), ou do grego Hades (haídes). Estes dois referem-se à sepultura terrestre comum de toda a humanidade e aos quais a Almeida (bem como na versão católica Matos Soares e na maioria das traduções antigas) os traduz como inferno (do latin: in·fér·nus). A diferença, portanto, é que no Tártaro (também no “abismo”) se lança prisioneiros celestiais (Deuses pecadores) enquanto que no Seol/Hades/Inferno/Sepultura se lança “prisioneiros” pecadores humanos.

O julgamento dos anjos
   O apóstolo Paulo revelou: “Não sabeis que havemos de julgar anjos?” Sim, os “santos” aos quais o Senhor Jesus (bendito seja ele para todo o sempre) escolheu para compor um 'reino de sacerdotes' terão o privilégio de, também, serem juízes até mesmo dos anjos! (1Co. 6:3; Re. 1:6; 5:10) De quais anjos? Ora, destes mesmos anjos, os que pecaram com as mulheres e que estão presos no Tártaro. Pedro afirmou que estão sendo 'reservados' nesta situação “para o julgamento”. Quando será esse dia e o que isso significará? Evidentemente refere-se ao mesmo período do 'dia do julgamento' humano, que será de mil anos. Joel 3:2; 2Pe. 3:7; 1Jo. 4:17; Re. 14:7;

   Jeová comissionou nada menos que o Próprio Miguel, um dos mais destacados anjos fieis, para declará a condenação dos duzentos anjos e seu líder Semyaza. Disse Jeová: “Vai e anuncia seus próprios crimes a Samyaza, e aos outros que estão com ele, os quais têm se associado às mulheres para que se contaminem com toda sua impureza. E quando todos os seus filhos [os Nefilins - ou “Os Derrubadores”. Hebr.: han·Nefi·lím, “os que fazem outros cair”] forem mortos, quando eles virem a perdição dos seus bem-amados, amarra-os por setenta gerações debaixo da terra, mesmo até o dia do julgamento, e da consumação, até o julgamento, cujo efeito que dura para sempre, seja completado”. Eno. 10:15.

   Nesse dia de julgamento, afirma Paulo: “nós todos ficaremos postados diante da cadeira de juiz de Deus; pois está escrito: ' “Por minha vida”, diz Jeová, “todo joelho se dobrará diante de mim e toda língua reconhecerá abertamente a Deus”.' Assim, pois, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus.” Jeová “confiou todo o julgamento ao Filho”, a Jesus. Este, por sua vez, estendeu este privilégio aos seus associados mais íntimos – os 144 mil ungidos de Deus. Juntos, comporão um reino de sacerdotes e julgarão durante os mil anos de governo e sacerdócio. Evidentemente, também, foi com o mesmo objetivo, de beneficiar aos anjos pecadores, que Jesus “pregou [àqueles] espíritos em prisão”. — Jo. 5:22; 1Co. 6:3; 1Pe. 3:19; Re. 20:4.

   Portanto, assim como o julgamento dos humanos não necessariamente significará serem jogados no simbólico lago de fogo, mas sim que poderão ser considerados apto e dignos de ganharem a “verdadeira vida” - sim, de serem 'reconciliados novamente com Deus' - assim também acontecerá com os anjos que pecaram. Eles ansiosamente aguardam a chegada desse grandioso dia de misericórdia por parte do Deus misericordioso, Jeová (bendito e adorado seja Ele pelas eternidades sem fim). Estas são, portanto, boas novas aos anjos que pecaram mas que, com certeza, muitos deles já se arrependeram. Será que serão readmitidos à organização dos fiéis após o dia de julgamento? Não sejamos egoístas! Creiamos, queiramos e acreditemos que sim! Alegremo-nos desde já com esta perspectiva maravilhosa a que eles, também, terão! leia 1Ti. 6:19; Ro. 5:10, 11; 2Co. 5:18-20.