26 de março de 2015

COMPREENSÃO PERSPICAZ DA BÍBLIA III

Qual o entendimento correto desse texto bíblico?

“Vamos! Desçamos e confundamos o seu idioma, para que não entendam o idioma um do outro.” — Gênesis 11:7, Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, publicada por nós, Testemunhas de Jeová.*

T
ENDO-SE PASSADO um tempo considerável após o dilúvio que ‘varreu’ a perversidade da terra, estava em andamento uma obra que deixaria os Deuses santos preocupados novamente. O problema foi resolvido, mas quem fez isso e de que forma é o que é por demais interessante: Eles ‘desceram’ lá! Vejamos primeiramente o que levou à situação-problema, e, logo em seguida, prestemos atenção a como o “espírito dos Deuses santos” nos tem ajudado na compreensão perspicaz das ‘coisas profundas dos Deuses’. — Mat. 24:39; Dan. 4:8, 9; 1 Cor. 2:10.

O DESENVOLVIMENTO DE UM PROBLEMA
    Um dos mais poderosos Deuses Jeová — um dos Arcanjos (ou “Deus-de-Deuses”), Uriel —, havia dado uma ordem a Noé, logo que teve início o Novo Mundo. Disse Uriel para que Noé se ‘multiplicasse e enchesse a terra’ de gente. (Gên. 9:1, 7; Eno. 10:1-3) Mas, certos descendentes de Noé, em desobediência à uma ordem tão clara, tencionavam algo particular para alimentar os seus egos. Enquanto ‘viajavam para o oriente’ (obviamente se espalhando em famílias, conforme iam aumentando em número) ‘descobriram uma planície na terra de Sinear’. Era uma bela planície verdejante. Para que um local como este poderia ser útil àqueles ‘viajantes’? Que era um ótimo lugar para se ‘morar’. O relato em Gênesis, porém, mostra que não apenas decidiram por ‘morar’ ali: eles demoraram ali e, de comum acordo, decidiram permanecer e parar de se ‘espalhar’.
Um grupo de Deuses Jeová 'desceram desde sua base em terra'
 para inspecionar a construção da torre

    Passado algum tempo, surge mais uma inovadora ideia em suas mentes: construir uma cidade. Disseram “cada um ao seu próximo: ‘Vamos! Façamos tijolos e cozamo-los por um processo de queima.’ O tijolo servia-lhes assim de pedra, mas o betume servia-lhes de argamassa.” Teve início a construção da cidade de Babel. Entretanto, como se isso só não bastasse, surgiu mais uma ideia genial: “Vamos!”, clamaram seus líderes, “construamos para nós [...] também uma torre com o seu topo nos céus, e façamos para nós um nome célebre, para que não sejamos espalhados por toda a superfície da terra.” O que estava em vista era a construção de ‘um arranha-céu’! Estava clara a ideia de se rebelar contra a ordem dos Deuses, que era a de se ‘espalharem por toda a superfície da terra’.
JEOVÁ VÃO À CIDADE COLETAR INFORMAÇÕES
    O relato descreve então a ação tomada por um ou mais Deuses Jeová. Leiamos: “E Jeová passou a descer para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens tinham construído.” Observe primeiramente que, para saber do problema, Jeová teve de ‘ir até lá’. Esse pormenor, longe de ser um fato isolado, permeia muitos textos bíblicos. Se Jeová fosse mesmo ‘onisciente’ ou ‘onipresente’, como creem muitos hoje, teria ele ‘ido ver a torre de perto’? (Compare com Gênesis 18:20, 21.) Note também que o texto diz que Jeová “passou a descer”. Descer de onde? Talvez alguém tenha sido levado a pensar que foi dos céus. Mas não necessariamente indica isso. Pode ser que ele ‘desceu à baixada de Sinear’, como no caso em que, estando três Deuses Jeová comendo um churrasco na casa de Abraão, e que, ao terminarem, ‘desceram à planície de Sodoma e Gomorra’. Ou quando outro Deus, aquele que interagiu com Moisés, disse a ele que ‘estava para descer ao Egito.’ (Gên. 18:20, 21; 46:1-4; Êxo. 3:8) Ou ainda que aquela equipe possa ter descido no sentido de que eles vieram desde a base deles em terra, que estava localizada “nas partes mais remotas do norte” do planeta, possivelmente nas proximidades do Mar Negro, onde hoje se sabe ter havido uma “antiga civilização há muito perdida” e que possuía tecnologias surpreendentes.# — Isaías: 14:13.

    O ponto é o seguinte: Jeová, não necessariamente ficava na estação orbital. Eles tinham suas bases fixas em terra. Seja onde for que ficava essa casa, foi para lá que, inclusive, Enoque foi levado numa aeronave, não necessariamente à base orbital, como dissemos antes— Eno. 14:8-14.

    Mas, ao descer até a baixada de Sinear, o que será que aquela equipe de Deuses Jeová descobriu? O relato indica que, “depois”, quando retornaram de sua missão investigativa, o líder deles “disse [aos demais do Comando Central]: ‘Eis que [os humanos desobedientes da Baixada de Sinear] são um só povo e há um só idioma para todos eles, e isto é o que principiam a fazer. Ora, nada do que intentem fazer lhes será agora inalcançável. Vamos! Desçamos e confundamos o seu idioma, para que não escutem o idioma um do outro.’” Será que os demais Deuses escutaram ao apela feito por esta equipe de Deuses-expedicionistas?  O relato prossegue: “Concordemente, Jeová os espalhou dali por toda a superfície da terra, e gradualmente eles deixaram de construir a cidade. É por isso que foi chamada pelo nome de Babel, porque Jeová confundiu ali o idioma de toda a terra, e Jeová os espalhou dali por toda a superfície da terra.” Qual o significado desse texto? Quem foram os agentes no ‘espalhamento dos habitantes de Sinear e que confundiram suas línguas’?

QUAL O ENTENDIMENTO CORRETO DESSE TEXTO?

    Primeiramente, a quem ‘Jeová relatou’ o que descobriu na cidade? Em segundo, a quem convidou ele, dizendo: ‘desçamos e confundamos o idioma dos homens’? O significado do inteiro relato de Gênesis 11:1-9 só pode indicar uma coisa certeira sobre a identidade de Jeová: que Jeová não é, literalmente, apenas ‘um único Deus’, como se é amplamente aceito nos meios religiosos. Consideremos: No mínimo um Deus Jeová ‘desceu à cidade de Babel’, colheu informações, voltou e, então, relatou o que vira a, no mínimo, outro Deus também Jeová. Este primeiro — ou um pequeno grupo deles —, por fim, convidou um outro — ou um grupo de demais Deuses Jeová — para, junto com ele (ou eles) próprio(s), ‘descerem à Baixada de Sinear e agirem contra os rebeldes construtores’. O relato termina dizendo, conforme versam as bíblias: “Jeová os espalhou dali por toda a superfície da terra”. Obviamente, esse “Jeová” que fez isso, não foi apenas um dos Deuses, mas todos eles. — todos os que estavam envolvidos nessa missão e mais os que foram convidados a também agirem eram igualmente Deuses e todos são chamados pelo mesmo nome/título: YHWH.

    Assim, o “espírito dos Deuses santos”, que ‘pesquisa todas as coisas, mesmo essas coisas mais profundas sobre a identidade de Jeová’, nos faz saber da verdade — a última verdade: Jeová é um nome coletivo de uma multidão de Deuses, os Deuses santos. Conhecer a verdade às vezes traz problemas, sobretudo se você for um religionista. Porém, e muito mais valioso, ‘conhecer a verdade poderá te dar verdadeira liberdade’ — você ficará livre dos ensinos enganosos, que te podem prejudicar em vez de ajudar. Certamente, de muito mais valor é ‘adorarmos os Deuses santos com espírito e com verdade’, que continuar numa adoração fingida, onde impera as mais cabeludas mentiras. — João 4:24; 8:32; Rom. 8:21; 2.
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 *Todos os textos usados neste artigo são da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências, publicada por nós Testemunhas de Jeová.

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